sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ansiedade da separação. Quem nunca?


Você já ouviu falar sobre a angústia ou ansiedade da separação? Ela é uma etapa normal ( e bastante comum) no desenvolvimento emocional infantil que acontece por volta dos 7 a 9 meses. O bebê passa a se dar conta de que ele é um indivíduo separado da mãe e essa descoberta  pode trazer muito medo e angústia pra criança. Resultado? Ele pode passar a estranhar e chorar muito na ausência da mãe, que é sua base segura, aquela que traz o sentimento de segurança e alívio para as ansiedades infantis. É natural que um bebê indefeso fique chateado por ter sido separado da pessoa que protege e cuida dele. Falando assim parece fácil né? Mas só que tem um filho que sentiu intensamente essa angústia sabe o quanto pode ser complicado enfrentar essa fase.


O Gael, meu mais velho, é tão sociável e expansivo que nem sentiu essa ansiedade. Pelo menos não que eu me lembre. Com ele eu tinha que tomar cuidado pra alguém não levá-lo embora no primeiro sorriso. Já o Otto, chicletinho e 9 meses recém completados, tem dado sinais de angústia há algum tempo. Antes era durante o dia, ninguém podia pegá-lo no colo, além de mim, do pai e de sua cuidadora. Nem as vovós escapavam da gritaria. Essa fase já melhorou. Agora o problema é  à noite. Ninguém, além de mim, consegue colocá-lo pra dormir ou confortá-lo no meio da noite. Ou melhor, até consegue, mas depois de muiiiiito choro.  

Não está sendo fácil ( diria nossa amiga Kátia Cega)... E embora eu tenha consciência de que é só uma fase, meus dias ( e noites) estão tensos, meu emocional abalado e meu humor ( que humor?????) afetado. A sensação de que NINGUÉM pode te ajudar ou substituir ( momentaneamente que seja) é um tanto quanto sufocante. Tenho lido muito sobre o tema e ler relatos de mães que já venceram essa etapa traz conforto e esperança. E enquanto meu dia de escrever esse relato não chega, vou repetindo o mantra das mães: “ vai passar, vai passar”.


*licença poética : a foto é do meu mais velho, mas a situação relatada é do meu mais
novo

terça-feira, 12 de maio de 2015

Existe achocolatado saudável?


Desde a adolescência me preocupei em ter uma alimentação saudável. Quando engravidei isso ficou mais latente e de uns anos para cá virou prioridade total na minha vida e, consequentemente, na dos meus filhos.  Pesquiso, leio, consulto e me informo bastante. Tanto que hoje já não faço com o caçula várias coisas que fiz com meu mais velho.

Quando Gael completou três anos caí na bobeira ( e na pressão social) de colocar achocolatado no leite dele. Ele já amava o leitinho puro, não tinha a menor necessidade, mas acabei cedendo ( mea culpa mea máxima culpa) e claro que ele amou. Quem não gosta? Até hoje, aos seis anos, ele toma bastante leite e sempre com chocolate. Um tempo atrás eu olhei no rótulo do Nescau e quase caí para trás. Tem muiiiito mais açúcar do que chocolate ( cacau), se eu não me engano 80% do produto é açúcar! Deveriam mudar o nome de achocolatado em pó, para açucarado né? Pesquisei todas as marcas e encontrei praticamente o mesmo resultado. Então passei a procurar um "achocolatado com menos açúcar" e adivinhem? Não encontrei ( tirando as opções diet e light, que não servem para criança).

Foi então que descobri o cacau puro em pó, (uso o da Mãe Terra e amo) entretanto o gosto é amargo e mesmo adoçando com mel ou açúcar demerara, fica bem diferente do tradicional chocolate e meu filho detestou. Quebrei a cabeça por dias e resolvi fazer um teste, misturei um pouco de cacau ao nescau e ele nem notou. Pouco a pouco fui aumentando a dose do cacau e hoje estamos quase 50% cacau/ 50% nescau.  Resultado: meu filho continuou a se deliciar com seu leitinho e eu me sinto muito mais tranquila em saber que agora sim ele ingere  cacau e não só açúcar. Todo mundo feliz!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A maternidade com o segundo filho


A máxima " não existem dois filhos iguais" é totalmente verdadeira, mas eu acrescentaria "assim como a mesma mãe não é do mesmo jeito para os seus filhos". Pois é, uma das minhas maiores surpresas nesse processo doido de ter o segundo filho, foi constatar como eu mudei ( e continuo mudando) a forma de maternar. Definitivamente não sou hoje a mesma mãe que fui um tempo atrás.


Com o nascimento do Gael eu me apoiei muito nas teorias. Eu precisava desse alicerce, eu não me sentia segura o suficiente para apenas ouvir o meu coração. Eu queria fazer o que já havia sido testado e abalizado, aquilo que era certo ( haha como se isso existisse) e o que funcionava. Então eu segui a Encantadora de Bebês como uma bíblia. Eu li, reli, grifei. Cada mudança de fase, cada salto de desenvolvimento eu corria pra ler o que fazer. E deu certo. Foi a forma que encontrei de tentar prever o imprevisível, e assim ter a sensação, mesmo que falsa, de que eu tinha o controle da situação. Talvez eu tivesse sofrido menos se naquele momento eu já soubesse que na maternidade não podemos controlar nada. Que as crianças são diferentes, que não dá pra prever tudo e que há momentos em que só mesmo a mãe pode entender o que está acontecendo com seu próprio filho.

Cinco anos depois, com o Otto, mais madura e depois de um parto incrível, eu finalmente me conectei com meu sagrado feminino e minha intuição. Mas eu ainda sou EU ( sistemática e control freak), então ele também tem uma rotina ( não consigo me imaginar sem) e ela funciona muito bem, entretanto atualmente sou mais flexível e menos refém de minhas crenças. Li outros livros, conheci outras teorias, concordei e discordei de várias delas, mas hoje não sigo nada que não me venha do coração. Sexto sentido de mãe é tão valioso!

O fato é que aprendi a curtir mais os pequenos momentos. Então a cada noite que vou colocá-lo para dormir, eu o nino em meu colo e aspiro seu perfume de bebê por muito mais tempo do que seria necessário para fazê-lo dormir. Porque eu sei que essa fase passa muito rápido e vou sentir falta dela. Então eu o seguro até que ele durma, e fico olhando sua expressão de paz e nutrindo meu coração com tanto amor que parece que vai arrebentar. 

E nos momentos de mini pânico ( sim, eles ainda existem, como semana passada quando os dentes nasceram, a ansiedade de separação estava no auge e a herpangina o atacou), eu tento respirar fundo e ao invés de surtar, tomar consciência de que isso vai passar. Afinal, basta ir para o quarto ao lado e deparar com aquele menino imenso de seis anos que meu Gael se tornou quase sem que eu percebesse. A vida passa rápido demais. No segundo filho o medo dá lugar a  autoconfiança e a certeza de ser capaz de enfrentar essa missão. 

Me sinto hoje uma mãe com mais consciência de minha presença. Quando estou com eles, realmente estou! Não estou mais contando os minutos para o dia acabar e ele dormir, e o medo não me assombra mais. Não tenho mais os fantasmas que me rodeavam no primeiro filho. A minha vida já mudou e virou de cabeça para baixo há 6 anos, a mudança mais visceral, de "perder" minha liberdade e direito de ir e vir, já ocorreu seis anos atrás, agora me acostumei com essa rotina pacata e familiar. E gosto dela. Além disso, sei que daqui uns anos isso vai mudar de novo. Nada é para sempre. Bebês crescem, crianças viram adolescentes e por aí vai.

Se perguntarem o que é mais difícil de ser mãe de dois, responderei que é conseguir gerenciar os dois com a mesma qualidade de tempo e atenção. Nas primeiras semanas chorei muito porque, quando finalmente acabava a função de mãe de RN, o mais velho já tinha dormido. E eu me sentia falhando, impotente, além de estar sentindo muita falta de passar um tempo com meu primeiro príncipe. Imagine então o que ele não estava sentindo!? Com o passar dos dias tudo vai se ajeitando, mas sempre haverá essa impressão de que está faltando com um ou uma vontade imensa de se dividir em duas. A sensação é de que não há horas suficientes no dia para dar conta de tudo. Um filho só é "portátil", você leva ele pra onde quiser, festa, bar, casa da vó. Com dois, tudo precisa ser cuidadosamente planejado, combinado, ensaiado. E as tralhas? Haja porta-malas!

Ter dois filho cansa? Muito! Dá trabalho? Dá! Mas você já ouviu alguém dizendo que se arrependeu de ter tido mais um filho? Eu nunca. Porque filhos são presentes de Deus que chegam a nossas vidas para nos ensinar sobre o mundo e, principalmente, sobre nós mesmos!

E agora, vai um segundo ( ou terceiro) filho aí?