Gael,
Quatro ano atrás, uma hora dessas, minha barriga estava quase explodindo (sério, nunca vi uma barriga daquele tamanho, exceto em gestações de múltiplos) e eu seguindo todas as simpatias possíveis e imagináveis para você nascer logo. Mal sabia que aquelas eram as últimas horas da minha vida como uma pessoa “sozinha”. Porque a gente até sabe que a vida vai virar de ponta cabeça quando seu filho nasce, mas não dá para dimensionar o quanto essa mudança é definitiva.
E é engraçado como eu já nem lembro exatamente como era minha vida pré Gael. O que eu fazia nas minhas horas extras? Como era dormir a noite inteirinha e acordar somente com o toque do despertador? Como era preocupar-se tão somente com o próprio umbigo?
Eu nunca fui de romantizar a maternidade. Ela é transformadora, mas também cheia de percalços e sacrifícios difíceis de encarar. No entanto,o resultado dessa equação é tão positivo, que quanto mais o tempo passa, mas eu sou grata por ter a chance de vivenciar essa experiência.
Eu, que já dei aulas por alguns anos, tenho uma prazer genuíno em ensinar. Gosto da tarefa de mostrar o mundo para você. Mas é você, Gael, que me mostra, diariamente, um mundo novo. Com sua honestidade sem malícia, me relembrando como é simples dizer somente a verdade, sempre. Me ensina o desapego, afinal dou a vida por ti diariamente sem esperar nada em troca.
Contigo, tenho a oportunidade de ser duas vezes mais feliz. Já que suas alegrias, são as minhas também. E às vezes, suas conquistas me fazem até mais feliz que as minhas próprias.
E como é fácil ser feliz com você. Basta uma piada boba, contada com uma voz engraçada ou um cheiro no cagote.
E por você, filho, tenho vontade de ser uma pessoa melhor. E sou. Sabe aquele desejo que geralmente as crianças têm de despertar orgulho nos pais? Pois eu quero que você tenha orgulho de mim. Mesmo diante de todas minhas imperfeições. E que você saiba que sou humana, e que erro, mas que faço tudo, sempre, tentando acertar.
Às vezes, tenho a sensação que nosso amor vem de outras vidas. Mas acho que todas as mães se sentem assim. Eu gosto da minha individualidade e a preservo, mas sou capaz de sentir saudade de você à noite, tendo te visto pela manhã. Sou extremamente grata pela missão ser mãe desse menino tão especial, que transformou não só a minha vida e do papai, como a de todos da nossa família. Você nos enche de luz e alegria!
Isso não significa que você não me deixe louca de vez em quando. Aliás, quanto mais eu te amo, mais você me enlouquece. Vai entender o coração de mãe…
Meu príncipe, amanhã é o seu dia. Feliz aniversário. I love you very much.
Beijos,
Mamãe
* Post originalmente escrito em março de 2013
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